quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O debate científico que ainda não ocorreu


MÍDIA & CRIACIONISMO

O debate científico que ainda não ocorreu

Por Enézio Eugênio de Almeida Filho em 23/2/2009

O Observatório da Imprensa é um dos poucos veículos que praticam jornalismo pluralista aqui no Brasil. Não podia ser diferente: é dever do OI observar objetivamente (em tese) a prática jornalística no Brasil, louvá-la ou criticá-la. Depois das comemorações dos 200 anos de Darwin, o OI vem concedendo espaço nunca antes concedido aos criacionistas para expressarem suas idéias:

"Rivalidade ou mal entendido?", da jornalista Ágatha Lemos

"A Darwin o que é de Deus", do pastor Douglas Reis

"Endeusando Darwin em clima de guerra", do jornalista Michelson Borges

O que a Grande Mídia Tupiniquim (GMT) publicou no Brasil celebrando os 200 anos de Darwin é simplesmente abominável como prática de jornalismo, enquanto jornalismo científico. Os artigos foram ideologicamente motivados por um positivismo e demarcacionismo epistemológico há muito superados. Polarizaram novamente a questão como sendo apenas ciência (racional) versus religião (irracional).

Leitura nas entrelinhas

Essa controvérsia é resíduo do ranço materialista do século 19. A controvérsia no século 21 não é se as especulações transformistas de Darwin contrariam relatos de criação das concepções religiosas, mas se as evidências corroboram Darwin. Elas não corroboram, e aí está o ponto científico que deveria ser abordado ouvindo-se os dois lados publicamente. Elas apontam em outra direção: design inteligente.

Mesmo demonizando e desvirtuando o criacionismo e as teses do design inteligente, a GMT não seguiu a máxima de Marcelo Leite de não dar espaço aos críticos de Darwin. Os criacionistas, então, ficaram extasiados com o espaço amplo que lhes foi concedido, algo impensável há alguns anos. Mas deixaram de ler nas entrelinhas:

1. A nomenklatura científica e a GMT instalaram uma kulturkampf no Brasil que não existia e estão blindando Darwin de quaisquer críticas, mesmo as científicas, sobre a robustez epistêmica de sua teoria em um contexto de justificação teórica;

2. Os criacionistas se tornaram "inocentes úteis" nas mãos da GMT e da nomenklatura científica. Repare que a GMT não convidou nenhum proponente da teoria do design inteligente aqui no Brasil. Olha que nós temos gente que é membro da Academia de Ciências...

3. Toda a crítica à teoria da evolução de Darwin é uma crítica à ciência.

Que a louvaminhice, o beija-mão e beija-pé de Darwin iriam à beira do êxtase naturalista ninguém discute. Que a nomenklatura científica e a GMT iriam "ressuscitar" e "instalar" uma kulturkampf no Brasil ninguém esperava.

Respostas pré-programadas

Eu vou jogar uma ducha de água fria nos criacionistas para que eles saiam de seu estado de êxtase, torpor de visões do terceiro céu midiático. Vocês estão sendo inocentemente usados pela GMT como escudo protetor de Darwin contra as críticas científicas robustas daquilo que ele se propôs explicar: a origem das espécies através da seleção natural.

Eu não me lembro de ter lido na Veja, Época, Scientific American Brasil, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, Superinteressante ou Galileu e nem assistido, no Fantástico, alguns destes questionamentos teóricos:

1. O mecanismo neodarwinista de seleção natural agindo sobre as variações aleatórias não parece ser suficiente para produzir: (a) nova informação genética especificada; (b) sistemas e máquinas moleculares "irredutivelmente complexos", "funcionalmente integrados" (como os motores bacterianos, circuitos de transdução de sinal ou o sistema de coagulação sanguínea; (c) novos órgãos e novas estruturas morfológicas (tais como as asas, penas, os olhos, a ecolocação, o ovo amniótico, a pele, os sistemas nervosos e a multicelularidade; (d) novos planos corporais.

2. Muitos mecanismos de mudanças evolutivas significantes não dependem de mutações aleatórias, como exige o mecanismo neodarwinista, mas parecem ser dirigidos por respostas pré-programadas aos estímulos ambientais.

Teoria do ancestral comum

3. O padrão de surgimento abrupto das espécies, a falta de elos no registro fóssil (como visto na explosão cambriana), a revolução marinha no mesozóico e o grande desabrochar de vida das plantas angiospermas não se conformam com as expectativas neodarwinistas sobre a história evolutiva da vida.

4. Evidências da biologia do desenvolvimento sugerem limites nítidos para a quantidade de mudança evolutiva que as coisas bióticas podem sofrer, lançando dúvidas sobre a teoria darwinista do ancestral comum e sugerindo uma razão para a estase morfológica no registro fóssil.

5. Muitas estruturas homólogas (e até algumas proteínas) derivam de genes não-homólogos, enquanto que muitas estruturas dessemelhantes derivam de genes similares, contradizendo as expectativas do neodarwinismo nos dois casos.

6. Os programas de desenvolvimentos (inferidos) entre os animais metazoários do período cambriano são dessemelhantes (ou não conservados), contrariando as expectativas neodarwinistas.

7. O código genético não tem sido "provado" universal, contrariando as expectativas neodarwinistas baseadas na teoria do ancestral comum [todos esses questionamentos teóricos estão baseados na literatura científica recente e de livre acesso aos professores e alunos de universidades brasileiras públicas e privadas através do site http://www.capes.gov.br(clique em Periódicos)].

Falta de liberdade acadêmica

Essas são algumas das evidências que contrariam a robustez epistêmica da teoria geral da evolução de Darwin que a nomenklatura científica não quer que venham à tona, muito menos sendo abordadas em veículos midiáticos da Grande Mídia brasileira.

Ciência versus religião? O debate que precisa ser debatido é este: a teoria da evolução de Darwin passa por uma crise epistêmica em um contexto de justificação teórica? Passa, tanto é que a nova teoria geral da evolução, a Síntese Evolutiva Ampliada, não será selecionista. A teoria do design inteligente, como teoria de informação complexa e especificada, será academicamente discutida?

Esse é o tipo de debate que Darwin, sem dúvida, aprovaria: as controvérsias científicas ajudam no desenvolvimento da ciência porque em ciência não existe theoria perennis. Nem a teoria da evolução de Darwin.

Infelizmente, esse debate não ocorre livremente nas universidades brasileiras públicas e privadas, e não é abordado francamente pela Grande Mídia. Isso é falta de liberdade acadêmica e flagrante violação da nossa cidadania em ter acesso a informações científicas atuais sobre o status da teoria geral da evolução em um contexto de justificação teórica.

Esse é o debate que ainda não correu no Brasil.
Fonte: http://pos-darwinista.blogspot.com/

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Removendo o tumor maligno do terrorismo


Natan Sharansky

A guerra de Israel em Gaza foi recebida com brados de protesto ao redor do mundo. Eles vieram de duas fontes:

Primeiro, há aqueles que se opõem a qualquer esforço israelense de auto-defesa, principalmente porque acham que um Estado judeu nem mesmo deve existir. Essa é uma forma de anti-semitismo, e tal ponto de vista deveria ser logo descartado, sem que se argumente contra ele.

Em segundo lugar, há aqueles que apóiam a existência de Israel, mas acreditam que foi errado promover um ataque tão duro contra a Faixa de Gaza.

Esse argumento assume duas formas: (1) que a resposta de Israel é desproporcional e, portanto, errada; e, (2) que há formas menos violentas de lidar com o Hamas – através de pressões internacionais, sanções ou negociações.

As duas alegações, por mais lógicas que possam parecer, ignoram as lições da história, inclusive a história recente de Israel no combate ao terrorismo. Nos dez anos em que servi como ministro no Gabinete de segurança de Israel, aprendi como tais argumentos podem ser equivocados.

Praticando o comedimento

Em 1º de junho de 2001, um homem-bomba suicida atacou a entrada da discoteca Dolphinarium em Tel Aviv. Vinte e um israelenses, em sua maioria jovens, foram mortos e mais de 130 ficaram feridos. Esse foi o último de uma série de ataques suicidas que tinham sido lançados desde o início da Segunda Intifada em setembro de 2000.

No dia seguinte, participei de uma reunião dramática do Gabinete para discutir nossas opções – uma reunião realizada no Shabbat, justificável apenas por uma emergência real. A maior parte dos ministros achava que era necessário tomar medidas decisivas.

Oficiais militares apresentaram um plano para erradicar a infra-estrutura do terror, através de uma campanha complexa no coração das cidades e dos campos de refugiados palestinos. Apesar do ataque ter sido cometido pelo Hamas, estava claro que o líder palestino Yasser Arafat tinha lhe dado luz verde. Tínhamos tanto o direito quanto a capacidade para contra-atacar.

No decorrer da reunião, porém, nosso ministro do Exterior entrava e saía da sala, falando [pelo telefone] com líderes mundiais, transmitindo-nos o que tinham dito. Sua mensagem era clara: no momento, Israel contava com a simpatia da comunidade internacional.

Enquanto mantivermos nossa resposta militar no mínimo, o mundo continuará do nosso lado, e a crescente pressão diplomática irá controlar o terrorismo, disse ele. Mas, se lançarmos um ataque em grande escala contra os terroristas, arriscamo-nos a perder o apoio mundial e a transformar Arafat de agressor em vítima.

Resposta proporcional

Finalmente, o primeiro-ministro foi convencido pela abordagem dele, e tomou-se a decisão de adotar uma resposta proporcional – ataques localizados a células terroristas, operações especiais, prisões – e de permitir que a diplomacia exercesse sua mágica.

Nos próximos nove meses, Israel moderou seu fogo, e o mundo realmente condenou o terrorismo. Mas os ataques simplesmente aumentaram.

No coração de Tel Aviv e Jerusalém, homens-bomba suicidas explodiram cafeterias, ônibus e hotéis. A vida noturna acabou, o turismo foi dizimado e os hotéis tiveram de despedir a maior parte dos seus trabalhadores. Um dos meus colegas no governo, Rehavam Ze’evi, foi abatido por terroristas.

Nesse meio-tempo, os EUA sofreram seu próprio ataque terrorista em 11 de setembro [de 2001] e fizeram intensas pressões sobre nós para que não retaliássemos contra os palestinos, com medo de que isso complicasse sua própria guerra com a Al-Qaeda.

A situação chegou a um clímax em março de 2002, quando mais de 130 israelenses foram mortos num só mês – sendo que o ataque mais infame ocorreu em 27 de março, na véspera da Páscoa, no Park Hotel em Netanya.

No dia seguinte, o Gabinete reuniu-se – novamente num encontro extraordinário durante um feriado religioso. A reunião começou às 6 da tarde e prosseguiu durante toda a noite.

Dessa vez, porém, o governo decidiu lançar a Operação Escudo Defensivo – o mesmo plano que as Forças de Defesa de Israel (FDI) tinham apresentado no ano anterior.

Piores temores

Na arena internacional, concretizaram-se nossos piores temores.

As Nações Unidas nos condenaram, os EUA enviaram o secretário de Estado Colin Powell para nos dizer que deveríamos parar imediatamente com os ataques. A mídia global montou uma campanha brutal para nos retratar como criminosos de guerra, espalhando falsos rumores sobre a matança indiscriminada de civis palestinos, descrevendo a operação como a pior atrocidade da história moderna.

O mais chocante desses rumores foi o libelo de Jenin, que foi mostrado em um filme produzido basicamente a partir da imaginação fértil do seu diretor, e então apresentado ao redor do mundo.

Não vinha ao caso que, na realidade, Israel tinha tomado medidas sem precedentes para minimizar o número de vítimas civis, até mesmo deixando de usar bombardeios aéreos ou fogo de artilharia, fazendo seus próprios soldados assumirem riscos sem precedentes; ou que a comissão da ONU criada para investigar Jenin foi logo dissolvida por falta de evidências; ou que o diretor do filme admitiu ter ludibriado seu público.

Reputação destruída

Durante anos, o “Massacre de Jenin” foi a peça central da máquina de propaganda anti-israelense, reverberando pela Europa e noscampi americanos, como símbolo da iniquidade israelense. Nossa reputação estava em frangalhos.

Entretanto, tudo isso foi um preço baixo a pagar por aquilo que Israel ganhou. Em poucas semanas o terrorismo palestino foi desativado, e o número de israelenses mortos caiu de centenas por mês para menos de uma dúzia no decorrer do ano seguinte. A economia voltou a se movimentar.

Não menos importante foi o efeito que a Operação Escudo Defensivo teve sobre os próprios palestinos. Com a infra-estrutura terrorista removida, os palestinos puderam iniciar a reconstrução das suas instituições civis e mudar sua atitude em relação à violência.

No decorrer do tempo, a política de promoção do terror de Arafat foi substituída pela abordagem bem mais cautelosa do seu sucessor, Mahmoud Abbas.

Renascimento da Margem Ocidental

Em mais de seis anos desde a operação, a economia da Margem Ocidental floresceu. Se há esperança na Margem Ocidental hoje em dia, é porque Israel abandonou as idéias de proporcionalidade e diplomacia para lidar com o terrorismo.

Os palestinos da Margem Ocidental sabem disso; por essa razão não se juntaram à condenação mundial desenfreada de Israel pela guerra em Gaza. Enquanto dezenas de milhares protestaram na Europa, a maior parte dos moradores da Margem Ocidental ficou silenciosa.

Entender a guerra em Gaza significa reconhecer as lições de 2002. Durante os três anos que se passaram após a retirada de todas as tropas e dos assentamentos da Faixa de Gaza em 2005, Israel optou por responder de modo proporcional e diplomaticamente aos ataques mortais diários do Hamas com seus foguetes.

O resultado? Mais foguetes, mais mísseis, mais miséria para os palestinos – e espaço suficiente para o Hamas tomar conta da Faixa de Gaza, devastar sua sociedade, montar um arsenal muito mais poderoso do que o que tinha em 2005 e tornar-se a vanguarda do expansionismo iraniano na região.

Tratamento do câncer

O terrorismo é um câncer que não pode ser curado por tratamentos “proporcionais”. Ele exige cirurgias invasivas. Ele não somente ameaça Estados democráticos, mas também – principalmente – os civis locais que são obrigados a se juntar às suas fileiras fanáticas, usados como escudos humanos e devastados pela sua tirania.

Quanto mais se espera para tratá-lo, pior ele fica, e mais severo torna-se o tratamento necessário para vencê-lo.

No Sul do Líbano, onde Israel falhou em derrotar os terroristas em 2006, a enfermidade se espalhou: o Hezb’allah (Partido de Alá) tem agora três vezes mais mísseis do que antes, e os terroristas têm o governo libanês sob seu controle.

Exatamente como em 2002, Israel optou por combater o coração do terrorismo [em Gaza], enfrentando denúncias de todo o mundo, manifestações de multidões, resoluções da ONU e falatórios sobre crimes contra a humanidade. Agora, como naquele tempo, essa foi a decisão correta.

A operação foi dolorosa: o número de civis feridos e mortos, apesar de ser muito inferior à de campanhas comparáveis em outras partes do mundo, certamente é intoleravelmente elevada – um reflexo da extensão e profundidade da infra-estrutura terrorista que cresceu ali nos últimos três anos.

Como em 2002, os beneficiários reais do sucesso da campanha israelense serão os próprios palestinos. A paz somente será alcançada quando for dada aos palestinos a liberdade de construir instituições civis reais, e quando puder emergir uma liderança sem medo de dizer aos seus próprios cidadãos que a violência, o fanatismo e o martírio não são o caminho que deve ser seguido pelos palestinos.

Mas isso somente poderá acontecer depois que a malignidade do terrorismo for removida do seu meio. Por mais desagradável que isso soe, essa é a única fonte de esperança para Gaza. (Natan Sharansky, extraído de The Jerusalem Post - publicado na revistaNotícias de Israel - http://www.Beth-Shalom.com.br)

O autor é presidente do Instituto Adelson de Estudos Estratégios do Centro Shalem. Ele foi o mais conhecido dos “prisioneiros de Sião” (judeus que eram impedidos de sair da União Soviética). Quando, finalmente, foi libertado da URSS, emigrou para Israel, onde iniciou carreira política e foi ministro e vice-primeiro-ministro.

Educação ao contrário

Olavo de Carvalho

Clicando no Google a palavra “Educação” seguida da expressão “direito de todos”, encontrei 671 mil referências. Só de artigos acadêmicos a respeito, 5.120. “Educação inclusiva” dá 262 mil respostas. Experimente clicar agora “Educar-se é dever de cada um”: nenhum resultado. “Educar-se é dever de todos”: nenhum resultado. “Educar-se é dever do cidadão”: nenhum resultado.

Isso basta para explicar por que os estudantes brasileiros tiram sempre os últimos lugares nos testes internacionais. A idéia de que educar-se seja um dever jamais parece ter ocorrido às mentes iluminadas que orientam (ou desorientam) a formação (ou deformação) das mentes das nossas crianças.

Eis também a razão pela qual, quando meus filhos me perguntavam por que tinham de ir para a escola, eu só conseguia lhes responder que se não fizessem isso eu iria para a cadeia; que, portanto, deveriam submeter-se àquele ritual absurdo por amor ao seu velho pai. Jamais consegui encontrar outra justificativa. Também lhes recomendei que só se esforçassem o bastante para tirar as notas mínimas, sem perder mais tempo com aquela bobagem. Se quisessem adquirir cultura, que estudassem em casa, sob a minha orientação. Tenho oito filhos. Nenhum deles é inculto. Mas o mais erudito de todos, não por coincidência, é aquele que freqüentou escola por menos tempo.

A idéia de que a educação é um direito é uma das mais esquisitas que já passaram pela mente humana. É só a repetição obsessiva que lhe dá alguma credibilidade. Que é um direito, afinal? É uma obrigação que alguém tem para com você. Amputado da obrigação que impõe a um terceiro, o direito não tem substância nenhuma. É como dizer que as crianças têm direito à alimentação sem que ninguém tenha a obrigação de alimentá-las. A palavra “direito” é apenas um modo eufemístico de designar a obrigação dos outros.

Os outros, no caso, são as pessoas e instituições nominalmente incumbidas de “dar” educação aos brasileiros: professores, pedagogos, ministros, intelectuais e uma multidão de burocratas. Quando essas criaturas dizem que você tem direito à educação, estão apenas enunciando uma obrigação que incumbe a elas próprias. Por que, então, fazem disso uma campanha publicitária? Por que publicam anúncios que logicamente só devem ser lidos por elas mesmas? Será que até para se convencer das suas próprias obrigações elas têm de gastar dinheiro do governo? Ou são tão preguiçosas que precisam incitar a população para que as pressione a cumprir seu dever? Cada tostão gasto em campanhas desse tipo é um absurdo e um crime.

Mais ainda, a experiência universal dos educadores genuínos prova que o sujeito ativo do processo educacional é o estudante, não o professor, o diretor da escola ou toda a burocracia estatal reunida. Ninguém pode “dar” educação a ninguém. Educação é uma conquista pessoal, e só se obtém quando o impulso para ela é sincero, vem do fundo da alma e não de uma obrigação imposta de fora. Ninguém se educa contra a sua própria vontade, no mínimo porque estudar requer concentração, e pressão de fora é o contrário da concentração. O máximo que um estudante pode receber de fora são os meios e a oportunidade de educar-se. Mas isso não servirá para nada se ele não estiver motivado a buscar conhecimento. Gritar no ouvido dele que a educação é um direito seu só o impele a cobrar tudo dos outros — do Estado, da sociedade — e nada de si mesmo.

Se há uma coisa óbvia na cultura brasileira, é o desprezo pelo conhecimento e a concomitante veneração pelos títulos e diplomas que dão acesso aos bons empregos. Isso é uma constante que vem do tempo do Império e já foi abundantemente documentada na nossa literatura. Nessas condições, campanhas publicitárias que enfatizem a educação como um direito a ser cobrado e não como uma obrigação a ser cumprida pelo próprio destinatário da campanha têm um efeito corruptor quase tão grave quanto o do tráfico de drogas. Elas incitam as pessoas a esperar que o governo lhes dê a ferramenta mágica para subir na vida sem que isto implique, da parte delas, nenhum amor aos estudos, e sim apenas o desejo do diploma.

Fonte: Diário do Comércio, 27 de janeiro de 2009

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Discriminação contra gays? Outra mentira do PT

Reportagem do jornal A GAZETA, Vitória, ES, deste domingo 08/02/2009 desinforma e torce a verdade.


Postado por Anderson Gonzaga


O título mentiroso é: "99% dos brasileiros discriminam gays".
Logo no início da reportagem na página 27, traz uma informação que assusta: "Só 1% dos brasileiros maiores de 16 anos não têm preconceito contra homossexuais."

E prossegue: "Entre 26% e 29% assumem não gostar de gays, lésbicas, travestis ou transexuais. Os demais até disfarçam, mas 99% caíram na malha fina de pesquisa nacional feita pelas fundações Perseu Abramo, ligada ao PT, e Rosa Luxemburg."

Aqui se descobre o sobrenome dos pesquisadores mentirosos: eles são ligados ao PT. E, não por acaso, essa pesquisa será usada pelo governo do PT para justificar a implantação de programas do PT que visam enfiar goela abaixo da sociedade brasileira o "gosto" pelo homossexualismo.
É o que vai logo adiante na reportagem: "O governo federal usará o levantamento para planejar novas políticas e alerta que já detectou um desdobramento sombrio de tanto preconceito: a intolerância."

Você, a esta altura, deve estar espantado com tanto preconceito e intolerância por parte de nossa população e, diante da criação de um programa federal para enfrentar o problema, imaginando que no Brasil grupos de pessoas se reunem para caçar homossexuais nas ruas das grandes cidades. Calma!!!

Se continuar a ler a reportagem você vai ver que tipo de respostas altamente discriminatórias e preconceituosas a população entrevistada deu às perguntas que foram feitas:
"As expressões de preconceito foram detectadas na escolha, em diferentes graus de concordância, de frases como: "Deus criou o homem e a mulher com sexos diferentes para que cumpram seu papel e tenham filhos" (92% concordaram), ou "A homossexualidade é um pecado contra as leis de Deus" (66% de concordância) e ainda "A homossexualidade é uma doença que precisa ser tratada" (40% admitiram pensar assim)."

Baseado nessas demonstrações de fé e opiniões dos brasileiros que, na cabeça dos governantes petistas certamente colocam em risco a vida dos que optam pelo homossexualismo, a reportagem informa que "a base do Governo no Congresso Nacional está se rearticulando em torno da aprovação do projeto de lei número 122 que transforma a discriminação a homossexuais em crime inafiançável, nos moldes da Lei do Racismo." Esse projeto de lei que está tramitando no Congresso, para quem não conhece, é conhecido também como a lei da "mordaça gay" pois pune com pena de até cinco anos de prisão a simples crítica ao modo de vida homossexual. Ou seja, você vive num país democrático onde pode criticar o governo, a imprensa, a igreja, a fé, Deus, até a própria democracia, mas criticar as práticas de sodomia será crime inafiançável!

Curiosamente essa mentira contradiz outra mentira, divulgada por sites do próprio governo como o do programa Brasil Sem Homofobia: a de que entre 10% e 14% da população seria composta de gays e etc. Agora pergunte-se: se 10% da nossa população é gay, como 99% do nosso povo discrimina e tem homofobia?

Na verdade, vivemos num país em que as paradas gays contam com cada vez mais adesões populares entusismadas, mais verbas do poder público e mais espaço na mídia. Onde a televisão exalta o jeito gay de ser. Onde o carnaval explora a fundo os prazeres do sexo sem fronteiras. Onde gays e lésbicas são aceitos com naturalidade em todas as rodas sociais. Onde a imprensa tem suas redações repletas de homossexuais, vide os cursos de comunicação social. Onde o Ministério da Saúde do senhor Temporão incluiu nos procedimentos cobertos pelo SUS a cirurgia de mudança de sexo, enquanto os corredores dos hospitais públicos estão cheios de gente mal assistida e não poucos morrem às portas sem assitência; enquanto doenças primárias como a dengue continuam a matar milhares.

Vale lembrar que, numa democracia representativa, o governo é exercido pelo povo por meio de seus representantes. Ainda que a pesquisa fosse séria e verdadeira, o que não é, o papel que se esperaria de um governo sério seria a de implementar programas que estivessem em consonância com a vontade popular, e não contra ela....

A propósito do termo homofobia o seu significado é: Homofobia = aversão e medo mórbido, irracional, desproporcional, persistente e repugnante da homossexualidade.

Pergunte-se agora: à luz dessa pesquisa fraudulenta é possível dizer que existe homofobia no Brasil?
Ou existe um programa bem elaborado, repleto de recursos públicos e com o apoio da imprensa que visa implantar uma agenda gay no país?

Ao jornal A GAZETA, meus pêsames por ser tão raso e irresponsável ao alardear uma mentira dessas.

2 Timóteo
4 - 3 Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos;